quinta-feira, 30 de junho de 2011

A longa viagem da baleia depois de quatro séculos, do Polo ao Mediterrâneo!

Lindo! Apesar do homem...


A longa viagem da baleia depois de quatro séculos, do Polo ao Mediterrâneo
O animal explora as rotas aberta pelo derretimento das geleiras. O fenômeno ocorreu em Israel depois de uma travessia de 15 mil quilômetros. É um efeito do aquecimento global: até para os navios abriram-se novos caminhos.
A reportagem é de Luigi Bignami, publicada no jornalLa Repubblica, 29-06-2011. A tradução é de MoisésSbardelotto.
Ela partiu do Alasca e, 15 mil quilômetros depois, aportou nas costas orientais do Mare Nostrum [Mediterrâneo], onde causou enorme surpresa a um grupo de pesquisadores israelenses. O que faz uma baleia cinzenta no Mediterrâneo? Havia mais de 300 anos que não se avistava um exemplar dessa espécie nas nossas orlas, assim como no Oceano Atlântico: a caça às baleias, entre os séculos XVII e XVIII, fez com que todas elas desaparecessem.
Por isso, foi enorme a surpresa dos pesquisadores israelenses do Immrac ao confirmar o que uma série de avistamentos permitia supor há dias: o mamífero rastreado ao longo de Herzliya era justamente um dos 10 mil exemplares de Eschrichtius robustus - o nome científico da baleia cinzenta – que vive só no Oceano Pacífico.
Para chegar até o Mediterrâneo, a baleia teve que percorrer 30 mil quilômetros, passando pelo sul da África. Impossível, ou altamente improvável, para uma espécie acostumada a percorrer a metade dessa distância nas migrações. Assim, diante deAviad Scheinin, do Immrac, perfilou-se outra hipótese, a que agora é mais aceita pelo centro de pesquisa: "A baleia chegou até nós seguindo uma nova rota, a da passagem a noroeste: a língua de mar que costeia o Alasca e o Canadá setentrional e que está voltando a ser praticável por causa do progressivo derretimento das geleiras. Desde o verão verão, a imponente redução das geleiras permite o trânsito de grandes navios. E, portanto, também das baleias".
A baleia que foi avistada no Mediterrâneo era um exemplar adulto, de cerca de 12 metros de comprimento e com cerca de 20 toneladas. O mamífero estava em boas condições de saúde, talvez apenas um pouco magra depois de tanto peregrinar.
A baleia cinzenta vive em boa parte do ano no Oceano Pacífico setentrional, perto doAlasca, mas, quando tem que dar à luz seus filhotes, vai em busca de águas mais quentes e desce ao sul, costeando os Estados Unidos, para chegar às costas daCalifórnia ou do México. Uma migração de 15-16 mil quilômetros por ano.
Mas um exemplar jamais havia costeado a América do Norte para chegar aoAtlântico. Ao longo de todo o século passado, a sua sobrevivência ficou fortemente comprometida também no Oceano Pacífico. Em 1946, o número de exemplares sobreviventes havia se reduzido ao ponto de levar a comunidade internacional a assinar um tratado contra a caça. Desde então, o número de exemplares cresceu e hoje existem 10 mil.
Agora, recomeçou a caça à baleia cinzenta, mas para fotografá-la. Se o exemplar avistado em Israel não é uma exceção, outros podem tê-la seguido ou a seguirão. Portanto, é possível que o Eschrichtius robustus possa repovoar o oceano novamente. O outro lado da moeda é que o que está tornando possível essa migração é o derretimento das geleiras do Ártico como resultado do aquecimento global.
Um segundo sinal do aquecimento global no Atlântico Norte é a presença de grandes quantidades de plânctons, uma situação que não era verificada há pelo menos 800 mil anos. Katja Philippart, do Royal Netherlands Institute of Sea Research, explica: "A abertura da passagem ao noroeste está tendo implicações importantíssimas sobre a salinidade e a química das águas dos oceanos. Por enquanto, não podemos dizer se as consequências serão sempre positivas, como no caso do retorno de espécies extintas. Certamente, estamos assistindo a mudanças muito rápidas, que devem ser mantidas sob controle".

As aves da Amazônia são mais resistentes do que os cientistas imaginavam!

Aves voltam a mata amazônica 20 anos após extinção local



GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO

As aves da Amazônia são mais resistentes do que os cientistas imaginavam. Espécies consideradas extintas em certas áreas da floresta reapareceram após mais de 20 anos de sumiço.
A constatação é de um dos mais longos e abrangentes estudos sobre impacto da destruição das matas nas populações de aves da região.
Desde o início da década de 1980, pesquisadores americanos e do Inpa (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) estudam 11 fragmentos de floresta, com tamanho entre 1 hectare e 100 hectares, perto de Manaus.
Essas áreas funcionam como "ilhas de floresta" em meio a propriedades desmatadas para receber atividade agropecuária. Elas existem porque, para autorizar o desmatamento, exigia-se que os produtores mantivessem um pedaço da mata nativa.
Os pesquisadores monitoraram essas aves e as áreas que elas habitavam antes que as árvores do entorno começassem a ser derrubadas. Depois, a partir de 1985, fizeram novas medições a cada sete anos.
CONSEQUÊNCIAS
No primeiro ano após o desmatamento, a maioria das das espécies de aves simplesmente desapareceu desses fragmentos. Algumas migraram para outras regiões, enquanto outras, sem alternativa, acabaram morrendo.
Por fim, aconteceu o que os cientistas chamam de "extinção local": as espécies de aves desapareceram completamente daquelas áreas.
As perdas de espécies variaram conforme o nível de perda de cobertura florestal e integração com o entorno. Elas foram entre 10% nas áreas grandes e menos fragmentadas até 70% nas menores e mais isoladas da amostra.
REGENERAÇÃO
Segundo os pesquisadores, com o tempo, a atividade agropecuária desacelerou e a floresta voltou a crescer e a se recuperar no entorno de alguns dos fragmentos.
Com isso, houve um processo de recolonização, com boa parte das aves retornando a suas áreas iniciais.
Em 2007, quando foi feita a última medição, 97 das 101 espécies de aves monitoradas haviam voltado a pelo menos um dos fragmentos.
"Nossos exemplos são fotografias no tempo. Eles mostram que os fragmentos de floresta têm potencial para recuperar sua biodiversidade se eles estiverem inseridos em uma paisagem que possa ser reintegrada", afirmou o ornitólogo Philip Stouffer, da Universidade do Estado da Louisiana (EUA).
A pesquisa, paga pela Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos, considerou só as aves do sub-bosque -que voam em uma altura intermediária na floresta- e não incluiu as das áreas mais altas ou mais baixas.
"Embora uma pequena fração das espécies seja extremamente vulnerável à fragmentação e previsivelmente acabe extinta, desenvolver uma segunda geração de florestas em volta desses fragmentos estimula a recolonização", avalia Stouffer, que chefiou o trabalho publicado na revista especializada de acesso livre "PLoS One".
Na opinião dos cientistas, o processo de recuperação que foi mostrado agora na floresta amazônica brasileira poderia acontecer também em outros ecossistemas com matas tropicais no mundo.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Vida selvagem: Gato-bravo britânico

Biólogo português contribui para a conservação do gato-bravo britânico

29 de junho de 2011


Gato-bravo em cativeiro (Foto: André P. Silva)
O gato-bravo, para além de ser um ícone da vida selvagem das terras altas da Escócia, ocupa o lugar de espécie-bandeira para conservação da biodiversidade no Reino Unido, sendo por isso alvo de campanhas de proteção de âmbito internacional, como é o caso da Wildlife Conservation Research Unit (WildCRU), da Universidade de Oxford.
Envolvido neste projeto está o investigador português André Silva, graças à realização do seu mestrado em biologia da conservação com orientação do Centro de Biologia Ambiental (CBA) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), que colabora com a WildCRU.
O jovem é assim, desde outubro de 2010, membro visitante desta unidade de investigação, onde desenvolve um trabalho “focado em modelar os fatores ambientais  (como características da vegetação ou disponibilidade de presas) e de perturbação (como a presença humana) determinantes para a ocorrência da espécie”, declarou ao “Ciência Hoje”.
Trata-se de um projeto integrado noutro de maior abrangência que pretende verificar a situação populacional concreta da espécie e a extensão da hibridação com o gato doméstico na população da Escócia, utilizando duas principais metodologias: abordagens moleculares e foto-armadilhagem, isto é, a utilização de estações fotográficas, sendo que cada uma é composta por duas câmaras automaticamente activadas através de sensores de temperatura e movimento.
De acordo com André Silva, depois de o Reino Unido ter perdido espécies como o urso-pardo, o lobo e o lince, o gato-bravo tornou-se num predador de topo neste ecossistema. Para além de ser o último felídeo selvagem que o Reino Unido possui, esta espécie possui ainda “o enorme papel de trazer e motivar as pessoas para a conservação da biodiversidade”, destacou o membro português da WildCRU.
André Silva na preparação das estações fotográficas (Foto: Reprodução)
Número de gatos-bravos é desconhecido
Relativamente ao estado de conservação da espécie, o investigador referiu que “a situação concreta da população não é totalmente conhecida”, sendo essa a principal razão do desenvolvimento deste projeto.
As últimas estimativas realizadas apontam para que possam existir “apenas 400 indivíduos com presença restrita ao norte da Escócia”, pelo que, “neste caso, a população poderia ser considerada criticamente em perigo”. Contudo, valores concretos são desconhecidos.
André Silva fez ainda notar que “a maior parte dos registos de presença da espécie até agora tem origem em entrevistas e questionários às populações”. Dadas as semelhanças morfológicas das três formas de gatos que podem ocorrer na natureza – bravo, doméstico e híbrido -, “este método pode ser afetado pela incorreta identificação dos observadores e estimativas erradas podem ser geradas”, advertiu, acrescentando que “nasce assim a urgência da aplicação de métodos mais exatos como a foto-armadilhagem e métodos moleculares”.
Hibridação é o maior perigo
Segundo o mestrando da UL, o principal perigo na atualidade para este animal é a hibridação.  “Ocorre cruzamento entre esta espécie e o gato doméstico dando origem a híbridos que são férteis, podendo estes reproduzirem-se tanto com gatos-bravos como com gatos domésticos”, explicou. Trata-se de um fenômeno que provoca “a erosão do pool genético da espécie por mistura com o material genético proveniente do gato doméstico”. Esta situação torna-se visível, por exemplo, no diferente padrão da pelagem que os híbridos apresentam.
A conservação do gato-bravo torna-se ainda “mais complexa”, destacou André Silva, por ser “difícil a aplicação de instrumentos legais” devido à semelhança morfológica entre as três formas de gatos que ocorrem na natureza.  “Um dos grandes problemas nesta espécie é definir exatamente o que é um gato-bravo em termos morfológicos. Sem se ter uma definição exata e consensual daquilo que está a ser protegido é difícil a aplicação prática dos instrumentos legais”, concluiu.
Animal capturado por foto-armadilhagem em Aberdeenshire (Foto: Kerry Kilshaw / WildCRU)
Gato-bravo encontrado fora da área de influência
No passado mês de março, foi confirmada a presença de um gato-bravo em Aberdeenshire, que fica fora da área de influência do Parque Nacional de Cairngorms, considerado uma zona chave para a proteção da espécie por possuir os registos mais fiáveis da sua existência, nos últimos anos.
“Um registo fora desta área vem alertar que existem indivíduos com boas características noutras zonas e que deve ser feito um maior esforço de pesquisa nessas regiões, na tentativa de encontrar outras que possam conter importantes focos populacionais”, explicou André Silva.
O investigador destacou que “é muito positivo” detectar indivíduos com estas características numa população onde não se sabe totalmente quantos podem existir. “No mínimo temos a confirmação de que existem”, frisou.
Contudo, o português lembrou que “novos registos através de foto-armadilhagem podem dar uma noção errada de que a população está numa tendência de crescimento ou expansão, quando a única coisa que aconteceu foi uma mudança para a utilização de um método de detecção mais eficaz que os utilizados anteriormente e que, portanto, consegue detectar mais animais”.



de http://www.anda.jor.br/2011/06/29/biologo-portugues-contribui-para-a-conservacao-do-gato-bravo-britanico/

No Rio de Janeiro: Tráfico PM estoura cativeiro com mais de cem animais silvestres

Tráfico não só de drogas!


Tráfico

PM estoura cativeiro com mais de cem animais silvestres em morro do RJ

29 de junho de 2011



Policiais militares estouraram um cativeiro de animais no alto do morro do Amor, na zona norte do Rio, nesta terça-feira (28).
Os agentes estavam em busca de traficantes,quando se depararam com um sítio, onde foram encontrados gansos, galinhas, cavalos e coelhos, entre outros animais.

Foto: Reprodução/ TV Record
Os policiais ainda acharam um viveiro com cerca de cem pássaros silvestres, entre eles tucanos e um conhecido como bico de pimenta.
Todos os animais foram recolhidos e levados para a delegacia. De lá, serão transferidos para o Centro de Triagem de Animais Silvestres de Seropédica, na Baixada Fluminense.
Veja o vídeo:
Fonte: R7

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Pobre cachorrro-do-mato, sem floresta, sem habitat, sem comida...

Seu habitat foi destruído pelos canaviais, para fabricar álcool, para mover as máquinas assassinas...


Sem habitat

Cachorro-do-mato muito debilitado é encontrado dentro de casa em Sertãozinho (SP)

22 de junho de 2011


Foto: Reprodução/ EPTV
Um cachorro-do-mato foi capturado pelo Corpo de Bombeiros na tarde desta terça-feira (21), no quintal de uma casa no bairro Ouro Preto, em Sertãozinho (SP). A Polícia Ambiental de Ribeirão Preto foi chamada e encaminhou o animal para o Bosque Municipal, onde passou por avaliação médica e exames.
De acordo com o veterinário do bosque, César Henrique Branco, o cachorro está debilitado e agressivo. Depois de passar por tratamento, o animal permanecerá no bosque de Ribeirão.
Para o sargento do Corpo de Bombeiros de Sertãozinho Marco Pólo, está cada vez mais comum a fuga de animais para a cidade devido ao desmatamento das matas e florestas da região. O bairro onde o cachorro foi encontrado fica próximo a uma reserva florestal.
Assista ao vídeo.
Fonte: EPTV

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Mais uma vítima da ação humana: Jaguaritica morreu atropelada na região de Aquidauana (MS)

Triste!


Mais uma vítima da ação humana

PMA recolhe jaguaritica que morreu atropelada na região de Aquidauana (MS)

16 de junho de 2011


 

Animal foi atropelado na Vila Popular e recolhido pelos policiais (Foto: Divulgação/PMA)
Policiais Militares Ambientais de Campo Grande (MS) receberem informação via telefone de populares, hoje (16) pela manhã, que um animal silvestre havia sido atropelado, na BR-262 nas proximidades do bairro Vila Popular, saída para Aquidauana.
Ao deslocaram até o local os Policiais Ambientais constataram que um animal adulto, da espécie Felis pardalis ”Jaguatirica”, havia sido atropelado e morto, por veículo não identificado. Os policiais acham que o atropelamento aconteceu de madrugada.
Os policiais militares ambientais recolheram o animal, que será limpo e depois taxidermizado (empalhado) para utilização nos trabalhos de Educação Ambiental da Polícia Militar Ambiental.

Animais perdem habitat para os desertos verdes...

(de http://pt.globalvoicesonline.org/2011/06/15/brasil-deserto-verde/)


Brasil: A Beleza Assustadora do Deserto Verde

TraduçõesEste post também está disponível em:

English· Brazil: The Chilling Beauty of the Green Desert
No final dos anos 60, o termo “deserto verde” foi cunhado no Brasil para denominar a monocultura de árvores em grandes extensões de terra destinadas para a produção de celulose. Já naquela época, a expressão denunciava as futuras consequência deste tipo de plantação para o meio ambiente: desertificação, erosão, vazio em biodiversidade e populações humanas.
Naqueles tempos, surgiam as primeiras plantações de eucalipto no norte do estado de Minas Gerais e Sul da Bahia. Hoje, o Brasil ganha 720 hectares delas por dia, equivalente a 960 campos de futebol, segundo estimativas da Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas. Minas, São Paulo e Bahia lideram o ranking de áreas plantadas, mas o deserto verde se alastra também por outros estados do sul e nordeste do país.
Fazenda de eucalipto em agudos
Fazenda de eucalipto em agudos. Foto de Cássio Abreu (CC BY 2.0)
Ao viajar por Minas Gerais em abril passado, o Viajante Sustentável conversou com moradores da região do vale do Jequitinhonha, e descobriu como as paisagens visual e social mudaram nos últimos vinte anos:
A catastrófica monocultura de eucalipto pelas empresas privadas nas cabeceiras dos rios e riachos, além de envenenar o solo, expulsou a fauna e flora do local, secou as nascentes e o lençol freático. O deserto verde do eucalipto tornou-se uma calamidade socioambiental. A região já foi auto-suficiente em alimentos essenciais, cultivados pela agricultura familiar, integrados com a natureza. A situação mudou radicalmente, exibindo riachos completamente secos, sem olhos d’água, rios cada vez mais baixos e assoreados, praticamente toda a alimentação proveniente de distribuidores em Belo Horizonte, pastos abandonados. Enquanto isso, as transnacionais de eucalipto e celulose engordavam os lucros.
Nada plantado, com a exceção lamentável de cerca de trinta quilômetros do triste deserto verde. As pragas do eucalipto e pinus se alternavam, envenenando, esgotando as nascentes e o lençol freático. Utilizando pouquíssima mão de obra, a monocultura de exportação em nada contribuía para a diminuição da miséria local, ao contrário, concentrava os lucros na mão de uma ou outra grande empresa transnacional.
Depois de passar 19 anos sem visitar o Espírito Santo, berço de sua família, a poetisa Anna Paim tem uma triste surpresa:
Triste porque encontrei os mais belos locais de paisagem nativa totalmente destruidos e ocupados pelos eucaliptos. Deixo registrado aqui o meu protesto, a minha raiva, a minha pena, sei lá…
Beco da Velha lembra que o eucalipto natural há muito existe no sul do Brasil, mas o perigo começa com o uso de transgênicos, cujo monocultivo consome muito mais água, e aumenta com o acelerado crescimento das plantas:
O que há hoje de diferente no plantio do eucalipto, além de sua atual transgenia, é a intensidade com que isso se faz, a falta de qualquer critério ou bom senso na implantação das lavouras de eucalipto em qualquer lugar, em extensões assombrosas, e, principalmente, as intenções estratégicas que estão por trás dessa súbita paixão pelo “reflorestamento” – termo muito impróprio para o que hoje se faz, porque reflorestamento presume que se vai repor a floresta que existia no local, reconstituindo-se o ecossistema devastado. E é justamente o contrário que se passa.
Para cima e avante
Charge: eucaliptos crescem em solo antes petencentes a índios, agora mortos
Imagem: Centro de Estudos Ambientais
Após avançar sob a Mata Atlântica nativa da região sudeste, o deserto verde chega a zonas áridas do norte e nordesde do país. No Piauí, a instalação de uma fábrica de papel e celulose veio com uma promessa de desenvolvimento para o Estado contestada pelo blogueiro Leo Maia. Ele argumenta que, segundo dados do IBGE, 41% da população é afetada pela fome no estado, ao passo que pequenos produtores não encontram incentivos para cultivar alimentos.
Enquanto isso, 160 mil hectares do território do Piauí, o mesmo que 1.600 km² ou 1,57% de terras piauienses, foram transformadas em “florestas” de eucalipto para produção de papel e celulose para exportação. Leo republica em seu blog um artigo que escreveu para um jornal local, denunciando o contraste entre os interesses comerciais e as necessidades da população:
(…) árvores de crescimento acelerado, como o eucalipto, dependem de grande quantidade de água para se desenvolver e por isso provocam o secamento do solo, diminuem os mananciais e aumentam a possibilidade de desertificação dessas regiões. Sendo assim, a instalação da Suzano mais uma vez contradiz as reais necessidades da população do Piauí, já que o estado sofre, praticamente todos os anos, com os efeitos da estiagem. Só no início deste ano, mais de 155 municípios declararam estado de emergência por causa da seca, alguns deles tiveram a safra comprometida em 90% por falta de água.
Ambientalistas e movimentos sociais denunciam ainda os riscos da combinação bombástica entre eucalipto, monocultura e agrotóxicos para a saúde das pessoas. Além de ocupar territórios que poderiam ser usados para a agricultura, o cultivo do eucalipto ainda atrapalha aqueles que produzem alimentos em regiões próximas, pois suas terras acabam invadidas por animais silvestres em busca de alimentos. Mariana Brizotto enfatiza que plantações não são florestas e pergunta:
O que faremos quando não houver mais água? Vamos comer papel?
Enquanto camponeses perdem terreno para a monocultura do eucalipto, a beleza e tristeza do deserto verde inspira a poesia do baiano Sumário Santana:
Onde existia uma comunidade tradicional, de nome Marília, hoje é a fábrica de Celulose. Ali em Mundo Novo, onde trabalhavam contentes as famílias com as suas pequenas olarias, hoje existe apenas uma grande olaria. Foram embora as famílias, secou o rio, sumiu a argila e agora, a fábrica ameaça fechar. Ali onde antes era uma colônia agrícola, com centenas de pequenos proprietários, hoje são latifúndios cercados, guardados por seguranças de motos.
Ali onde era imensa, diversificada e úmida a floresta, hoje é um deserto verde.
O supostamente feio, caótico e emaranhando de plantas, cipós, nascentes, bichos, ninchos, centopéias, gosmas, barro, limos e fotossíntese, deu lugar
Ao supostamente belo, um único mosaico, bem desenhado, mapeado, registrado, uma única espécie, repetida em série, na solidão do deserto.
Good bye, my pampa [bioma]. In the background, an eucalipto plantation.
Charge de Santiago, publicada com permissão.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Mais caçadores presos no MS. Assassinos de animais!

Crime ambiental

PMA prende mais quatro caçadores em fazenda no MS

14 de junho de 2011


Depois da prisão de quatro caçadores em Costa Rica há três dias, Policiais Militares Ambientais receberam novas denúncias de outros caçadores na mesma Fazenda Cervo, em outra região da propriedade. Diante disso, a PMA solicitou um mandado de busca e apreensão para verificar a existência de animais mortos e armas.
Ontem, (12) os policiais foram à fazenda Cervo e encontraram Ivanildo Ferreira da Silva, caseiro da fazenda e residente no local. Ao ser indagado sobre os locais de caça, Ivanildo indicou duas esperas (poleiros em árvores) e afirmou não ter nenhum animal morto, porém, indicou o local onde havia armas de caça escondidas na residência.
Dentro da parte debaixo do sofá de Ivanildo foi encontrada uma espingarda calibre 36, que pertencia ao filho do proprietário da fazenda. O caseiro ainda afirmou que nas residências dos demais caçadores do grupo havia mais armas de caça. Os outros seriam: Waldemar Barbosa da Silva Filho, filho do proprietário, José Ruiz Torres, conhecido como Zé da Faca, todos residentes em Costa Rica.
Os policiais não encontraram nenhum animal abatido. Porém, nenhuma da armas tinha documentação, então, os homens receberam voz de prisão por posse ilegal de armas. Os caçadores foram presos e conduzidos à delegacia de Polícia Civil de Costa Rica, onde eles foram autuados por posse ilegal de armas. Se condenados poderão pegar pena de 01 a 03 anos de detenção.

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Caçadores em Rio Fortuna são presos... Tem que prender mesmo!


Crime ambiental

Homens são presos com espingardas e pássaros

Combater a caça predatória de animais silvestres e tirar armas de circulação são os objetivos da operação ‘Fauna Segura’.
10 de Junho de 2011 às 02:07min

Rio Fortuna

Dois homens, de 30 e 40 anos, foram presos ontem de manhã, por posse ilegal de arma de fogo, na comunidade Rio Claro, na cidade de Rio Fortuna. Por meio de cinco mandados de busca e apreensão, o objetivo da operação ‘Fauna Segura’ foi intensificar o combate à caça predatória de animais silvestres e tirar armas de fogo de circulação.

Os trabalhos resultaram na apreensão de quatro espingardas, uma réplica de madeira da mesma arma, 100 cartuchos de munição, dois pássaros silvestres e artigos de recarga de cartuchos. Os policiais foram em cinco casas. Em duas delas, as prisões ocorreram em flagrante. Nas demais, os responsáveis não estavam, mas vão responder inquérito por posse ilegal de arma.

As informações foram levantadas pela Polícia Militar Ambiental de Laguna e apresentadas à delegacia de Braço do Norte, que deu prosseguimento ao caso e obteve os mandados. Os dois homens foram liberados mediante fiança e responderão a processo criminal. A operação contou com cerca de 20 policiais civis e militares de Braço do Norte, São Ludgero, Rio Fortuna e Laguna.


(de http://www.notisul.com.br/n/seguranca/homens_sao_presos_com_espingardas_e_passaros-29577)

quarta-feira, 8 de junho de 2011

A história de Bambi... Novamente.

Policiais ambientais salvam filhote de veado campeiro da caça, em MG

08 de junho de 2011



Foto: Reprodução
Moradores da zona rural de Pequi telefonaram para a Polícia Ambiental de Pará de Minas, em MG, e disseram que estavam ouvindo estampidos semelhantes aos de disparos de armas de fogo. Os policiais ambientais suspeitaram que na região estaria ocorrendo a caça e foram para o local.
Após vasculharem tudo, eles concluíram que os envolvidos já haviam deixado o matagal. Mas, os policiais perceberam que havia um filhote de Veado-Campeiro, animal da fauna silvestre brasileira, às margens da MG-060.
Os militares observaram se o animal retornaria para a sua mãe e não se aproximaram para evitar que ele saísse correndo e fosse atropelado por algum veículo. Mas, o filhote permaneceu deitado às margens da estrada e foi resgatado pelos policiais.
Como o Veado-Campeiro estava muito debilitado, até porque tinha poucos dias de vida, ele foi levado para uma médica-veterinária e posteriormente para uma fazenda onde a entrada de estranhos é proibida.
O animal está sendo cuidado por especialistas e tem grandes chances de voltar à natureza. A Polícia Ambiental investiga se a mãe do animal foi morta por caçadores.
Fonte: Portal Arcos

terça-feira, 7 de junho de 2011

Caçadores resistem à prisão ameaçando polícia!

Do Jornal Absoluto de hoje (07/06/2011):

OPERAÇÃO FAUNA PRENDE CAÇADORES
NA ESTAÇÃO ECOLÓGICA DO BRACINHO
  
2ª Companhia de Polícia Militar Ambiental de Joinville realizou no final de semana operação de combate a caça de animais nativos da fauna brasileira na Estação Ecológica do Bracinho.
Criada em 1984 a Estação possui uma área de 46.1 Km² e está situada entre os Municípios de Joinville e Schroeder sendo uma das regiões mais preservadas do norte de Santa Catarina. A Estação Ecológica do Bracinho é uma Unidade de Conservação definida pela legislação como de Proteção Integral, tendo como objetivo principal a preservação da natureza e a pesquisa científica desde que autorizada pelo órgão ambiental competente, a visitação pública só é permitida quando tiver caráter educacional e devidamente monitorada.
Cinco policiais adentraram na mata na madrugada de sábado e iniciaram patrulhamento a pé em locais já mapeados pela Polícia Ambiental onde há incidência da prática de caça. Já no começo da tarde foram encontrados um rancho e rastros frescos indicando a presença de caçadores no local. Por volta das 17h30, Ademir Sievest, de 55 anos e Dirceu Walter, de 40 anos, foram abordados em uma trilha ambos com espingarda em punho. No momento da abordagem os dois desobedeceram a voz de prisão e apontaram as armas para os policiais, sendo necessário o disparo de alguns tiros para conter uma possível  reação. Ademir se entregou e Dirceu empreendeu fuga pela mata tendo sido recapturado mais tarde, porém escondeu a arma na mata, não sendo possível a sua localização. Com os mesmo foram apreendidos uma espingarda calibre 28 sem registro, 25 munições calibre 28 intactas, duas munições calibre 28 deflagrada, uma munição calibre 32 deflagrada, seis apitos para atrair aves nativas, dois facões e uma lanterna.
Em seguida, na mesma trilha, a guarnição abordou Galdino Pianezzer, de 51 anos e Doro Walz, de 43 anos, os quais obedeceram voz de prisão e não ofereceram resistência. Com Doro foi encontrado e apreendido uma espingarda calibre 28 sem registro, 11 cartuchos calibre 28 intactos e três deflagrados, uma lanterna e um facão. Com Galdino foi encontrado e apreendido: 01 (uma) espingarda calibre 20 sem registro e com numeração raspada, uma cartucheira com 29 munições calibre 20 intactas e um apito para atrair aves nativas. Todas as espingardas apreendidas estavam municiadas e prontas para serrem usadas.
Devido o avançado da hora e a distância de mais de 20 Km dentro de área de mata fechada e por questões de segurança dos presos e da guarnição foi pernoitado em um rancho no interior da mata. O frio intenso da noite mais fria do ano em SC não tirou o ânimo dos policiais que passaram a noite em claro. Ao amanhecer ainda foi abordado outro rancho indicado por um dos presos sendo que os caçadores que ali estavam já haviam se evadido, no local foi encontrados penas de aves nativas e peles de Quatis abatidos, indícios de que o local é assiduamente freqüentado para essa prática ilícita.
Após longa caminhada até um local acessível para o resgate com viaturas a missão só terminou as 16 horas do domingo quando os policiais fizeram a entrega dos presos e do material apreendido na Delegacia da Comarca de Guaramirim, onde foram autuados em flagrante delito por crime ambiental e porte ilegal de arma de fogo. No dia Mundial do Meio Ambiente, os Policiais tem fatos a comemorar:  a prisão de quatro caçadores; a retirada de três armas, 76 munições e diversos petrechos usados para a prática de caça de circulação  e de que a ação policial   impediu que os caçadores matassem qualquer animal nativo. Em contrapartida também há fatos a lamentar, pois a prisão confirma que ainda existem pessoas que não se conscientizaram da importância da preservação da natureza, da importância de preservar a vida e de que prática de caça é um ato ilegal, cruel, covarde e imoral.