Operação Arapongas
Biólogo fazia parte da quadrilha que traficava animais silvestres pela internet
Plantão | Publicada em 11/08/2011 às 07h32m
Bom Dia São Paulo, O Globo (opais@oglobo.com.br) com CBNSÃO PAULO - Um biólogo foi preso na operação realizada pela Polícia Federal e pelo Ibama para desbaratar uma quadrilha que vendia animais silvestres pela internet. O biólogo tinha autorização do Ibama para criar os animais, que eram oferecidos pela internet para clientes de todo o país e do exterior. Pelo menos 42 clientes brasileiros já foram identificados e terão que prestar esclarecimentos à Polícia Federal. Eles também podem ser enquadrados por crime ambiental.
A Polícia Federal cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão em sete estados do país - Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Ceará e Paraíba - nesta quarta-feira. A Operação Arapongas prendeu seis pessoas e 1.920 animais foram apreendidos e outros 10 mil serão examinados. A quadrilha trabalhava com 19 criadouros espalhados pelo país. A PF descobriu que duas ONGs usavam fachada de proteção de animais para fazer reprodução.
Os locais estão sendo fiscalizados pelo Ibama e serão autuados, de acordo com as irregularidades encontradas.Esses locais fraudavam documentos para fazer a entrega dos bichos por via aérea ou terrestre.
- Eram oferecidos animais que os criadouros não têm autorização para reproduzir, o que caracteriza o tráfico - diz a fiscal do Ibama, Maria Luiza Souza.
O site da quadrilha, Zoopets, oferecia anfíbios, pássaros e mamíferos. Uma arara-azul, espécie em extinção, era oferecida por R$ 55 mil e o pagamento podia ser dividido em 18 vezes. Um tucano custava R$ 2,8 mil e uma jaguatirica saía por R$ R$ 13 mil. Jacarés eram R$ 990 e leopardo era vendido por R$ 2 mil. Os quatis eram oferecidos como novidades no site.
Os traficantes exibiam imagens em tempo real de ONGs que fazem observação de pássaros. Também exibiam mensagens informando que os animais eram legalizados pelo Ibama. E avisavam os clientes que a entrega era feita por via aérea ou transporte terrestre.
Ao todo, 150 Policiais Federais e 106 fiscais do Ibama participam da ação.
Segundo informações da PF, o casal preso em Arapongas, no Paraná, era o líder do grupo. No escritório deles, foram achados 30 animais. Os investigados responderão pelos crimes de tráfico internacional de fauna, tráfico de animais silvestres nativos, estelionato, sonegação fiscal, falsidade ideológica, biopirataria.
Em todo o mundo, o tráfico de animais movimenta todos os anos US$ 10 bilhões, perdendo apenas para o valor movimentado pelo tráfico de drogas e de armas.
De acordo com Bruno Barbosa, coordenador de fiscalização do Ibama, o Zoopets foi o primeiro site dedicado a venda ilegal de animais silvestres. Ele existe desde 2007.
- Eles buscam animais no criadouro e, se não tiver, vão tirar da natureza - diz Barbosa
Rubens Lopes da Silva, delegado da Polícia Federal do Paraná, explica que a quadrilha tinha integrantes especializados por tipo de animal.
- Dentro da quadrilha tem pessoas bem especializadas em jacaré, anfíbios, mamíferos, macaco, jabuti. Tinha uma cadeia muito grande de fornecedores. Juntando com pessoas de confiança do Ibama, muitas vezes os animais saíam de uma apreensão do Ibama e retornavam para os criminosos - explica o delegado.
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