sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Muitas vezes criminosos comuns praticam crimes ambientais...

Do Jornal Absoluto de hoje (19/08/2011):

PRESO PELA PM COM VEÍCULOS
 FURTADOS E PÁSSAROS SILVESTRES
Por volta das 8h15 de ontem a Central de Emergências 190 do 1º Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Itajaí recebeu a solicitação de moradores da localidade da Praia Brava para verificar um veículo Fiat Doblô que estava na frente de uma residência na Rua João José Rodrigues, onde havia uma intensa e estranha movimentação. Uma guarnição policial militar esteve no local e constatou que o veículo estava com registro de roubo na cidade de Itajaí. Durante as averiguações, os policiais militares suspeitaram de um homem que estava perto da casa, e ao abordá-lo encontraram no bolso de sua calça as chaves do veículo que fora tomado de assalto. A guarnição realizou a abordagem da residência, onde localizou cinco pássaros silvestres sem anilhas (um trinca ferro, dois cardeais, dois coleiros), e outro uma camionete Mitsubshi/Pajero TR4 com placas de Curitiba/PR, que estava com registro de furto na cidade de Canelinha/SC. Diante do flagrante, o homem que tentou identificar-se com documentos falsos, recebeu voz de prisão e foi encaminhado junto com os veículos e as aves à delegacia de polícia para as demais providências legais .



OPERAÇÃO ARAPONGAS COMBATE TRÁFICO DE ANIMAIS
Na mansão luxuosa em São Paulo onde se buscava o casal envolvido com a venda ilegal de animais silvestres pela internet, os fiscais do Ibama encontraram um verdadeiro depósito de pássaros, jacaré, cobras e até um lagarto alaranjado conhecido como Monstro de Gila, típico dos Estados Unidos.  Na sala, a equipe se deparou com um gavião voando, na provável suíte do casal havia um aquário com jacaré. A cada novo quarto, mais animais foram localizados. Era o início da Operação Arapongas, uma ação integrada entre o Ibama e a Polícia Federal que foi deflagrada na manhã de ontem para desarticular uma organização criminosa de tráfico e comércio ilegal de animais no Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Ceará e Paraíba.
Segundo a coordenadora da Operação pelo Ibama, Maria Luiza Souza, o instituto apreendeu até o momento 2.631 animais silvestres e a Polícia Federal executou sete mandados de prisão de envolvidos no tráfico e comércio de animais da fauna silvestre brasileira e exóticos. Com os presos foram encontrados jacarés, cobras, pererecas, gavião, falcão, passarinhos, lagartos, quati, aranhas, escorpiões, entre outros. A investigação aponta que a quadrilha agia comercializando animais por meio de um site na Internet, no Brasil e no exterior. O site não tinha autorização do Ibama. Os investigados recebiam encomendas de todo e qualquer tipo de animais, como répteis, anfíbios, mamíferos e pássaros. Esses animais seriam obtidos por meio ilícito, como criadouros irregulares e captura de animais silvestres na natureza. A operação foi batizada com o nome da cidade paranaense Arapongas onde está sediada a empresa responsável pelo site http://www.zoopets.com.br, que oferecia bichos com pagamento parcelado em até 18 meses, sob a falsa propaganda de “Animais legalizados pelo Ibama” e com imagens dos animais .
As negociações sob investigação envolviam inclusive duas ONGS , uma de São Paulo e outra de Campina Grande, que se apresentavam como “defensores da natureza”.  Ambas negociavam, reproduziam e vendiam animais. As investigações identificaram que para burlar os sistemas de controle ambiental, as ongs reaproveitavam os  microchips de animais mortos. Na sede da ONG em São Paulo, a fiscalização do Ibama localizou cobra sem o dispositivo implantado para identificar a origem legal, conforme exige a legislação, e também microchips separados e notas fiscais. “A tentativa de ludibriar a fiscalização não prosperou. Quem se traveste de atividade legal para realizar tráfico de animais será alcançado em algum momento”, afirma o coordenador de fiscalização, Roberto Cabral. As investigações começaram a  partir da identificação do site da Zoopets, em outubro do ano passado. Durante as investigações, com vistas a comprovar a materialidade de crime, agentes do Ibama e da Policia Federal negociaram e receberam uma Tiriba (Pyrrhura perlata) de origem ilegal por R$ 700,00,  entregue por via aérea com documentos fraudulentos. O transporte de animais era feito por via aérea e os traficantes utilizam caixa com fundo falso, visando encobrir os animais ilícitos. Há indícios de biopirataria devido a esse procedimento e as espécies venenosas encontradas. “Essa operação tem natureza emblemática e forte potencial de dissuasão aos traficantes de fauna, e está plenamente alinhada com os novos rumos da fiscalização ambiental federal”, afirmou o coordenador Geral de Fiscalização do  Ibama, Bruno Barbosa, que acompanhou em São Paulo os trabalhos da Operação Araponga.


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