Preservação da espécie
Projeto de identificação visual de onças-pintadas é realizado no Pantanal
08 de julho de 2011
Dois analistas ambientais da Estação Ecológica de Taiamã (MT) – Daniel Luis Zanella Kantek e Selma Onuma – estão há mais de um ano coordenando um projeto de identificação visual de onças-pintadas na bacia do alto rio Paraguai, no Pantanal Norte, na região da Esec. A intenção é obter estimativas de deslocamento e tamanho populacional de Panthera onca na Unidade de Conservação (UC) e seu entorno.
Intitulado “Estudo de identificação de exemplares de onça-pintada (Panthera onca) através do padrão de manchas da pele”, o trabalho ele ocorre nesta região por ela ser, notoriamente, caracterizada pela presença constante desse animal.
Até aqui, 20 indivíduos já foram identificados. Como a espécie possui padrão de pelagem (pintas) individualizado, espera-se, por meio da observação e registros fotográficos de exemplares desses animais, consiga-se obter o tamanho populacional e outras informações biológicas desse táxon na região da Unidade de Conservação.
O coordenador do projeto, Daniel Luis Zanella Kantek, que também é biólogo e doutor em Genética e Evolução, ressalta que o estudo, além de buscar quantificar o número populacional local da espécie e tomar conhecimento de sua área de vida, também auxiliará no processo de ampliação da UC.
“Informações sobre a biologia das onças-pintadas irão subsidiar ações de conservação na região da estação ecológica, como a realização do plano de manejo e a ampliação da Esec. Esses dados irão servir como subsídio na argumentação para aumentar a UC a fim de proteger a onça-pintada, a qual requer áreas extensas para sobrevivência. Proteger as chamadas espécies guarda-chuva implica na conservação das outras espécies componentes do ecossistema em que ocorre”, afirma.
O projeto conta com o apoio de outros servidores da UC, de fotógrafos, de operadores de turismo de onças na região, e de pesquisadores, que contribuem com repasse de dados e fotos. Cabe a Daniel Kantek analisar os dados e anotar as coordenadas geográficas da localização de cada exemplar, a fim de plotar os resultados em um mapa e observar seus deslocamentos. Os dados gerados ainda poderão servir de subsídio para futuro estudo com colocação de rádio-colar nas onças.
Maior felino das Américas e o único representante atual do gênero Panthera no continente, a onça-pintada possui um padrão de atividade crepuscular-noturno e mais de 85 espécies-presa já foram relatadas em sua dieta. Entre as principais, a queixada (Tayassu pecari) e a capivara (Hydrochaeris hydrochaeris), sendo que no Pantanal uma parcela grande de presas são jacarés .
No Brasil, depois da Amazônia, o Pantanal representa o maior refúgio contínuo para a onça-pintada e suas presas. No entanto, a caça de onças-pintadas em retaliação à busca da espécie por comida em fazendas de gado, representa ameaça a essa população. Tanto que a espécie é classificada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) como vulnerável.
Fonte: EPTV
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